quarta-feira, 29 de maio de 2013

Certificação Senac / Doemens

Olá pessoal!

Hoje, depois de quase dois meses em Campos do Jordão, termino meu curso de Sommelier de Cervejas.

Minha certificação tem dupla nacionalidade: brasileira, através do Senac São Paulo e alemã, através da Doemens. Para os que não conhecem, a Doemens é uma escola alemã, fundada em 1895, que forma mestre-cervejeiros e sommeliers na própria Alemanha, Estados Unidos e Brasil.

Depois de um curso intensivo como este, cheguei à conclusão que pouco sei e que muito ainda tenho a aprender! E continuarei estudando com muito esforço e prazer.

A proposta inicial deste blog era escrever apenas ao longo do curso, mas acho que gostei da coisa e decidi continuar escrevendo.

Como amanhã viajo para São Paulo para depois ir para Porto Alegre, tenho muita coisa para arrumar, então, com o consentimento de vocês leitores, voltarei a escrever em alguns dias.

Agora divido com vocês a minha alegria e o meu certificado de conclusão de curso!






Até mais!


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cerveja e chocolate

Olá pessoas!

Hoje queria falar com os chocólatras!

Para quem não sabe, cerveja também se harmoniza com sobremesa! E mais: se harmoniza com chocolate.

Os mais adiantados no mundo das cervejas especiais devem estar imaginando que vou falar de alguma Porter ou Stout. Quem sabe até alguma Fruit Beer? Mas não! Hoje falarei sobre um rótulo delicioso que tomei hoje após o almoço.


Esta é uma English Brown Ale (na minha concepção até seria uma CHocote Beer!) feita pela inglesa Robinson's (mesma cervejaria que fez a cerveja do Iron Maiden). Ela tem um paladar de chocolate ao leite equilibrado com o mate tostado e ainda um lúpulo presente. Trata-se de uma receita feita em colaboração com o chocolatier Simon Dunn. Não é muito alcoólica (6%), mas é uma cerveja rica, que gera um aquecimento moderado.

Que tal experimentar com seu chocolate preferido e depois me contar?


Até mais!

sábado, 25 de maio de 2013

A pegada hídrica da cerveja

Pessoas,

Boa tarde!

Conforme falamos ontem, a água é um elemento importante na produção da cerveja. Entretanto, abordamos a sua utilização junto ao malte, lúpulo e levedura.


Hoje, quero falar com vocês sobre a utilização da água em todo o processo produtivo da cerveja. Você sabia que são utilizados 155 litros de água para cada litro de cerveja produzida? Pois é, infelizmente esse dado é verdadeiro. De acordo com um relatório apresentado na Semana Mundial da Água (16 a 22 de agosto de 2009) pela indústria cervejeira SAB Miller e a Rede WWF, de toda a água usada na produção da cerveja, a utilizada no cultivo das culturas é muitíssimo maior do que a parte consumida no processo industrial dentro da cervejaria. Isso mesmo, dos 155 litros de água usados para cada litro de cerveja produzida, 95% está ligada ao cultivo das culturas envolvidas, tanto locais como importadas, ou seja, na produção do malte.

Em comparação com outras bebidas, a pegada da água da cerveja parece relativamente pequena. Um estudo recente conduzido pelo Pacific Institute revelou que o café, o vinho e o suco de maçã têm pegadas de água três vezes o tamanho da pegada da cerveja.

"A pegada ecológica da água das cervejas de SAB-Miller na África do Sul e na República Tcheca são as primeiras a serem publicadas e o estudo é progressista na maneira como examina o impacto do uso de água nesses países",declarou Stuart Orr, responsável pelo programa de pegada ecológica da água.

O importante nesse estudo é mostrar aos produtores agrícolas, e aos envolvidos na indústria como um todo, que se deve buscar alternativas para a utilização mais eficiente desse recurso que é finito.

Você conhece a sua pegada hídrica? Vá conhecer o site e faça o teste:


Até mais!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A importância da água na cerveja

Pessoas,

Boa tarde!

Hoje vamos falar da importância da água na cerveja. Ela deve ser muito importante, não é? Afinal, ela representa 90% da cerveja!


Vamos ver o que fala Garrett Oliver, mestre-cervejeiro da Brooklyn Brewery e escritor do livro "A Mesa do Mestre-Cervejeiro - Descobrindo os prazeres das cervejas e das comidas verdadeiras":

"'De onde vem sua água?' é uma das perguntas mais ouvidas por cervejeiros. Em geral, a resposta mais honesta é: do sistema de abastecimento municipal ou do poço particular da cervejaria. Embora isso não soe tão romântico quanto 'nossa cerveja é fabricada com água derretida de geleiras', ou outras baboseiras publicitárias desse tipo, o fato é que a grande parte dos municípios fornece água relativamente boa."

A água é muito importante mas, hoje em dia, os cervejeiros conseguem manipular o conteúdo mineral da água para criar diferentes estilos de cerveja. É possível alterar a química da água, acrescentando ou removendo elementos, assim como é feito por empresas de tratamento de água. É a procura do equilíbrio ideal para a busca de um resultado perfeito.

Há dois exemplos clássicos, a água de Pilsen, na República Tcheca e a água de Burton, na Inglaterra. Em Pilsen, a água é conhecida por ser muito mole, com pouquíssimos minerais. Esta água permitiu a produção da primeira cerveja Pilsen, que tem um toque amargo, seguido de um sabor maltado de pão, adoçado e delicado. Já a água de Burton, que fica situada entre depósitos de calcário, é considerada muito dura. Estes minerais favorecem uma  fermentação potente, o que gera uma cerveja bastante seca e lupulada, a tradicional India Pale Ale (IPA) inglesa.

Legal? Até mais!

terça-feira, 21 de maio de 2013

O que é o malte?

Oi pessoal!

Hoje gostaria de falar com vocês sobre o malte, um dos quatro ingredientes da cerveja (apenas recordando: a cerveja é feita - basicamente - com água, malte, lúpulo e levedura).







Mas o que é o malte? É o cereal que passou pelo processo de germinação e secagem para transformação do amido em açúcar fermentável. Simples, não é mesmo? Mas por que queremos transformar o amido do cereal em açúcar fermentável?

O grão de cevada (cereal mais utilizado para se fazer cerveja) é muito parecido com o de trigo e na composição da cerveja, ele é a principal fonte de amido, cuja estrutura é modificada durante o processo de maltagem (conversão do cereal natural em malte). Esse amido é convertido em açúcares, tais como maltose e glicose durante a primeira fase do preparo da bebida. Mais tarde, o fermento irá converter os açúcares fermentáveis em álcool e gás carbônico. Entendeu?

Mas por que a cevada é o cereal mais usado para se fazer cerveja? Seguem algumas características:
  • A cevada possui um alto teor de amido;
  • Quando maltada, possui um teor elevado de enzimas que ajudam no processo de fabricação do mosto (água+malte), principalmente na quebra do amido em açúcares;
  • Contém outras proteínas que proporcionam equilíbrio nos efeitos em relação à espuma, ao corpo e a sua estabilidade coloidal (fator que faz com que ela dure por mais tempo);
  • Possui teor de lipídios baixo, vantajoso para a estabilidade no sabor da bebida;
  • É mais barata e fácil de maltar do que outros cereais.
Você já viu uma plantação de cevada? A planta lembra muito o trigo!



E como a cevada é maltada? 

Os grãos de cevada são enganados! Eles são demolhados até germinar e, para acelerar o processo de germinação, as enzimas do grão convertem seu amido em açúcar. No ponto ideal para cada tipo de malte, os grãos são submetidos a uma secagem que interrompe o processo de crescimento. 

Os grãos podem ser maltados  em temperaturas altas ou baixas, o que determina o sabor da cerveja. Por exemplo, maltes claros produzem sabores suaves de biscoito, maltes médios produzem notas de caramelo e uva passa, e maltes escuros criam sabor de chocolate e café. A cor também contribui para o tom final do produto fermentado.

A cevada é o grão mais usado para fazer cerveja, mas sabemos muito bem que existem cervejas de trigo, não é mesmo? Mas em função da Lei de Pureza alemã (que já falamos por aqui), foi desestimulado seu uso, pois o trigo como ingrediente na cerveja deixava os produtores de pão a ver navios!

Mas também não vamos esquecer que hoje se coloca muito cereal não maltado na cerveja. O milho e o arroz vêm sendo muito utilizados em função da sua grande disponilidade e como fator redutor do preço da cerveja. Estes dois cereais são bastante neutros quanto ao seu sabor e aroma então as grandes cervejarias tem recaído sobre o uso de xaropes de maltose no lugar do malte propriamente dito.

Pela legislação brasileira, as cervejas são classificadas conforme a proporção de malte de cevada:

Cerveja puro malte: aquela que possui 100% de malte de cevada, como fonte de açũcar;

Cerveja: aquela que possui proporção de malte de cevada maior ou igual a 50%;

Cerveja com o nome do cereal predominante: aquela que possui proporção de malte de cevada maior que 20% e menor que 50%. Por exemplo: cerveja de trigo.

Convido vocês a relerem o post anterior para conheceram outro tipo de cerveja bastante vendida do Brasil!


Até mais!

sábado, 18 de maio de 2013

Lendas e verdades sobre cerveja

Oi pessoas!

Depois de uma manhã inspiradora na Bamberg e uma tarde de viagem (Sorocaba - Paraty), estou cansadinha. Farei então uma pequena série de "você sabia que...". A intenção é estimulá-los, na próxima ida ao supermercado ou ao passarem em uma loja especializada, a comprarem uma boa cerveja!

Mão à obra!



  1.  Você sabia que pela legislação federal, as cervejarias são obrigadas a colocar apenas 55% de malte para fazerem as suas cervejas?
  2. Você sabia que os 45% restantes são de quirera de milho, arroz, açúcar, entre outras coisas?
  3. Você sabia que as cervejarias comerciais estão batalhando (e ganhando!) para que se reduza a quantidade de mate para 51% na composição das suas cervejas?
  4. Você sabia que elas normalmente não respeitam e já foram encontradas cervejas com 60% (até 90%!) de adjuntos cervejeiros (como costumam chamar as tranqueiras que vão lá dentro)?
  5. Você sabia que, em função disso, é necessário colorante para que a cerveja fique amarelinha? Se não fosse o corante, seria quase incolor como a água.
  6. Você sabia que, por isso tudo, as propagandas falam para você beber a sua cerveja bem gelada? Vai beber um pouco menos gelada pra ver!
Até mais!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Visita à Microcervejaria Bamberg

Oi pessoas!

Boa noite!

O texto de hoje é uma prévia do meu texto de sábado. Amanhã viajarei até Sorocaba para, no sábado de manhã, ir até Votorantim visitar a Cervejaria Bamberg:


Para mim será uma honra visitar a cervejaria brasileira com mais prêmios internacionais, na atualidade. Além disso, pelas informações que tenho, somos recebidos pelo seu sócio/mestre cervejeiro, Alexandre Bazzo. Conto tudo para vocês depois. Por enquanto, deixo vocês com uma entrevista dada pelo Alexandre ao site Homini Lupulo:


"A cervejaria Bamberg, localizada em Votorantin, interior de São Paulo, vem se destacando no mercado. Com uma vasta linha de cervejas e focada na tradição alemã, ela tem à sua frente Alexandre Bazzo. Ele é mais um desta nova geração de produtores e apaixonados por cerveja de alta qualidade, e vem agradando muito o público de cervejas especiais. Aqui e fora do Brasil, com a conquista de diversos prêmios. Por que seguir a escola alemã? “É a mais difícil e técnica de todas”, afirma Bazzo. A Bamberg tem hoje a capacidade máxima de 60 mil litros por mês.
Além da sua linha padrão, a Bamberg comercializa e produz edições especiais, como as cervejas Biertruppe. Esta tropa é formada por 4 amigos com uma paixão em comum: buscar a perfeição na produção. A Biertruppe tem um cervejeiro caseiro que é Leonardo Botto, o André Clemente é design gráfico, o Edu Passareli é empresário, além do mestre-cervejeiro Alexandre Bazzo, que revela como surgiu a idéia: “somos amigos, bebemos juntos, nos divertimos juntos e por que não produzir cerveja juntos, sem compromisso de vende-la”.
Homini Lúpulo – Como surgiu a idéia da Bamberg?
Alexandre Bazzo – Eu e meus dois irmãos, Thiago e Lucas, sempre gostamos de cervejas e quando tivemos o contato com cervejas fora do Brasil vimos que era totalmente diferente das que bebíamos aqui e começamos tentar descobrir o porque que aqui não tínhamos variedade e qualidade. Foi então que começou a idéia de abrir uma pequena cervejaria. A Bamberg surgiu alguns anos depois. No dia 18 de dezembro de 2005 fizemos nosso primeiro cozimento.
HL – Qual sua história na Bamberg? Como se tornou o mestre cervejeiro? Qual sua formação?
AB – Desde o começo sou responsável pela produção, desenvolvo o trabalho de cervejeiro e mestre cervejeiro, e além disso, faço algumas ações de marketing em eventos e a divulgação da cervejaria. Não tenho a formação de mestre cervejeiro. Minha formação é engenheiro de alimentos, tenho curso de Mestre em Estilos de Cerveja, pelo Siebel e Sommelier de Cerveja pela Doemens.
HL – Você falou sobre o curso de Sommelier de Cervejas, do qual fez parte da primeira turma. Qual a importância destes novos profissionais para o mercado nacional?
AB – Nós produtores poderemos contar com um profissional dentro do ponto de venda para orientar e fiscalizar a escolha, estocagem, serviço e uso adequado da cerveja.
HL – A Bamberg sempre trabalhou apenas com rótulos da Escola Alemã. Qual o motivo desta escolha?
AB – Eu já fiz outras cervejas que não da escola alemã, barley wine, blond ale, bohemian pilsen, dubbel, oak aged, mas normalmente você verá a marca Bamberg apenas com cervejas da escola alemã. Primeiro por ter coerência ao nome da cervejaria. Também como uma forma de agradecimento a esta região do mundo que nos acolheu tão bem. Mas, principalmente, por achar que a escola alemã é a que me da maior desafio em fazer cerveja. Pra mim é a mais difícil de todas. Note que não disse que é a melhor, mas a mais técnica.
HL – Há novidades vindo de outras escolas, como a ESB. Como será isto, ela entrará para a linha Bamberg normalmente?
AB – Da ESB será feita um tanque apenas, não entrará em linha.
HL – Diversas cervejas artesanais destacam estarem dentro da Lei de Pureza Alemã como forma de mostrar seu padrão de qualidade, como forma de oposição às cervejas de massa que usam arroz e milho. Já outras cervejarias artesanais utilizam adjuntos buscando de melhorar e inovar. Como você vê esta questão?
AB – Acho que a Lei de Pureza não significa qualidade. A grande maioria usa ela como marketing, as vezes escrevem até errado a palavra, nem sabe o que ela significa. Eu defendo a Lei de Pureza pra quem faz cerveja da escola alemã, acho que obrigatoriamente ela deve ser seguida neste caso. Não acho que ela “engessa” a criatividade do cervejeiro. Pelo contrário, acho que daí sim neste caso o cervejeiro deve ser muito técnico e criativo pra dar complexidade a cerveja com apenas 4 ingredientes. Acho normal quem faz cervejas das escolas belga e inglesa utilizar outras fontes de carboidrato, mas não vejo isso como inovação, apenas seguindo a tradição destas 2 escolas. É o mesmo caso de quem usa a Lei de Pureza para a escola alemã: tradição.
HL – Como você vê o crescimento e valorização das escolas “modernas”, como italiana e americana?
AB – Primeiramente, os EUA e a Itália não são escolas cervejeiras. Mas voltando a pergunta, acho fantástico, temos excelentes cervejas nos EUA. Foram eles que retomaram o boom das artesanais, são os maiores consumidores de cervejas especiais do mundo. Já a Itália tá começando, mas é o único país do mundo que realmente inova, os outros apenas mudam algo do que já existe a séculos. Os italianos estão criando coisas novas, inéditas, mas estão começando, como nós no Brasil.
HL – Qual a melhor cerveja nacional que já tomou?
AB – Eu faço cervejas que gosto de beber, portanto pra mim a Bamberg Helles me emociona cada vez que a bebo.
HL – Qual cerveja de outra marca você gostaria que fosse produzida pela Bamberg? Por que?
AB – Cervejas de fermentação espontânea. Pode ser que daqui uns anos esta resposta seja outra, mas hoje outros bichos me empolgam, é o que eu mais estudo atualmente.
HL – Você já fez testes com fermentação espontânea? O que esperar de uma levedura brasileira?
AB – Já fiz testes com Bretanomyces, fermentação em barril de vinho, fermento de champagne e a próxima será com Lactobacilus. É muito complicado falarmos em levedura brasileira. O que seria esta levedura, por que seria brasileira, como identificaríamos isso? Acho que é muito cedo pra isso e não é tão simples quanto parece. Acho que deveríamos nos preocupar com o básico por enquanto: fazer cerveja boa. Depois de alguns anos podemos começar avançar.
HL – Qual a importância dos produtores de cerveja caseira para o crescimento e desenvolvimento do mercado da cerveja artesanal no Brasil?
AB – É importante, pois os caseiros num futuro podem se tornar cervejeiros, ou se não, consumidor consciente.
HL – Qual a importância das mídias digitais e redes socias para a Bamberg?
AB – É uma forma de falar com o consumidor final.
HL – Ouve-se falar que a Schincariol está a venda. Qual a possibilidade de um dia uma cervejaria artesanal comprar uma grande cervejaria como esta? Será possível que um dia uma cervejaria artesanal brasileira chegue próxima do volume de produção de uma Schincariol?
AB – A possibilidade de uma pequena cervejaria comprar uma mega cervejaria ou de atingir o volume de vendas dela é zero, não existe.
HL – Como você enxerga a qualidade das cervejas artesanais brasileiras em relação às cervejas alemãs?
AB – Acho que temos um longo caminho a percorrer. Não temos equipamentos de qualidade, falta muita variedade e qualidade nas matérias-primas. Fazemos cervejas há 5, 10 anos, eles fazem a mais de séculos. Mas cerveja boa e ruim temos em todos os países do mundo, inclusive aqui e na Alemanha.
HL – O que significa a cultura cervejeira para você?
AB – Consumir cerveja não apenas para refrescar-se, mas sabendo da historia do estilo, temperatura correta, copo adequado, saber escolher a cerveja para cada momento. Precisamos de anos de conscientização do consumidor de que cerveja não é tudo a mesma coisa, que a estupidamente gelada é a melhor, que depois do segundo copo fica tudo igual. Esta é a nossa cultura cervejeira, o que temos a obrigação de fazer é mudar isto. Para a verdadeira cultura cervejeira, cerveja não é apenas uma bebida alcoólica. Tem muito mais coisa envolvida no contexto, mas nosso caminho é longo, difícil, e com muitos lutando contra.
HL – A Bamberg Rauchbier foi premiada internacionalmente. Que importância tem estes prêmios para sua marca? E para a cerveja artesanal brasileira, qual o valor das diversas conquistas de cervejas nacionais?
AB – Sempre que você recebe um premio, de forma isenta e honesta, é muito bom, um reconhecimento do trabalho. Não é você quem esta dizendo que sua cerveja é boa, mas sim um grupo de especialistas. Pra nós, estes prêmios que estamos ganhando mostrou a Bamberg para o mundo, talvez isso funcione de forma semelhante para as outras cervejarias que também já ganharam estes prêmios. No nosso caso não foi apenas a rauch que ganhou, abaixo listo todos os nossos prêmios." HL 10/06/2011


Até mais!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Aprendendo com Chefs

Pessoas, 

Boa noite!
Ando meio sumida, mas são muitas atividades ocorrendo ao mesmo tempo. Peço desculpas pela ausência!

Hoje, gostaria de falar rapidamente sobre os workshops que tenho participado aqui no Senac. Até agora, ambos os chefs (Jorge da Hora e Lucas Corazza) enfatizaram a questão da utilização de produtos locais e da estação em seus pratos. Pensando assim, temos acesso a melhores produtos, mais saborosos, com menos agrotóxicos, além de fomentarmos a economia local.

Chef Jorge da Hora que falou sobre produtos locais:


A famosa frase "think global, act local" (livre tradução: pense globalmente e aja localmente) tem disputa sobre a sua autoria, mas o importante mesmo é a sua mensagem. Agirmos olhando ao nosso redor e fomentando quem está a nossa volta só incrementa a riqueza local e faz menos mal ao nosso planeta. Entretanto, não podemos fechar os olhos para o que acontece no mundo e devemos buscar aprender sempre.

Chef Lucas Corazza abordou o nosso cacau:


Tenho pensando muito na minha volta ao Rio Grande amado e como por em prática tudo que tenho aprendido para criar "riqueza" local. Espero conseguir criar algum valor divulgando as cervejarias locais e também, quem sabe, a nossa gastronomia e música. Conto com o auxílio de todos! Estou aberta a idéias.


Até mais!

domingo, 12 de maio de 2013

Curso de homebrew!

Boa tarde do Dia das Mães a todos!

Quero dividir com vocês hoje o que aprendi a fazer ontem: CERVEJA!
Quero também dizer que fazer cerveja tem tudo a ver com mãe: é um processo que agrega, reúne, ensina. Até dá para fazer cerveja sozinho, mas não tem graça! Bom é trocar receitas e experiências. Contar histórias. 
Os meninos que me perdoem, mas para mim está muito bem explicado o motivo de a cerveja ter começado como uma atividade feita pelas mulheres. Passar horas cozinhando, conversando e cuidando é muito feminino.
Quero fazer cerveja com a minha mãe! Outra apaixonada pela bebida mais antiga que se tem registro, feita por mulheres em diferentes partes do mundo.

Abaixo, divido com vocês algumas fotos da aula:

a) as panelas de fazedura do mosto:

b) o mosto: água + malte:

c) o mosto lupulado:

c) levedura sendo hidratada para ser adicionada ao mosto:

 d) engarrafando a cerveja!

 A turma de número 36 da Sinnatrah!


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Você conhece o Michael Jackson

Olá pessoas!


Hoje vamos falar sobre Michael Jackson. Entretanto, este Michael Jackson não canta, dança ou bebe Pepsi, como ele mesmo se apresentava. Este senhor inglês, 16 anos mais velho que o Rei do Pop, era conhecido como o Caçador de Cervejas e faleceu em 2007.






Michael Jackson escreveu em 1977 o livro que até hoje é considerado a Bíblia da Cerveja, The World Guide to Beer, onde descreve detalhadamente um total de 500 marcas tradicionais de cerveja. Catalogou e disseminou receitas, técnicas e tecnologias ao longo de muitos anos dedicados à bebida mais antiga do mundo.

É considerado o responsável pelo forte crescimento das craft beers (cervejarias artesanais) nos Estados Unidos.

Convido vocês a procurarem a série de seis programas de Michael Jackson no You Tube. Chama-se The Beer Hunter. O programa procura ensinar as escolas cervejeiras e apresentar sua harmonização com a gastronomia local.

Até mais!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Belgian Dark Strong Ale

Pessoal,

Hoje vou dar um salto meio grande, mas acho que é um bom salto para conhecedores e não conhecedores de cerveja. 

Eu não havia experimentado esse rótulo e ainda estou engatinhando no estilo, mas posso dizer que achei uma cerveja que tem meu nome. 

Vamos antes conhecer o estilo? Belgian Dark Strong Ale. O que isso significa? Significa que estamos falando de uma cerveja de alta fermentação (família Ale) que tem cor que varia do âmbar ao marrom escuro; pode ser produzida com açúcares escuros puros; pode ser seca e com corpo variando de médio a alto. A percepção do amargor do lúpulo é atenuado pela complexidade de seu aroma e sabor. Possui notas frutadas, sabores suaves de maltes tostados. Possui uma potência alcoólica que não sobressai em função das caracteísticas de malte abundantes, doces e cremosas. Ervas e condimentos são às vezes utilizados para, delicadamente, dar mais sabor ao estilo. Turbidez a frio é permitida em temperaturas baixas. O álcool por peso pode varias de 7% a 11% e o amargor de 20 a 50.

O rótulo que experimentei ontem é um belo exemplo do estilo. 




De acordo com o Brejas a Urthel Samaranth é "uma cerveja escura que se destaca pelo perfeito balanço entre sabor encorpado e complexo aroma. É uma cerveja para ser degustada em dia especiais, com elevado teor alcoólico (11,5%), sendo ideal para ser apreciada com queijos e carnes robustas, chocolates ou ainda ao final das refeições."

Na minha opinião, esta cerveja se equivale a um bom licor ou vinho do porto.

Convido-o a experimentar esta cerveja ou ir a uma loja de cervejas especiais e pedir a indicação de um bom rótulo do estilo.

Prosit e até mais!

domingo, 5 de maio de 2013

Roteiro por Sampa

Olá pessoas!

Hoje gostaria de dividir com vocês alguns lugares que visitei neste final de semana. Na sexta-feira almocei no Mocotó e terminei a noite na Cervejaria Nacional. Sábado visitei o Mercadão de São Paulo, dei uma passada na Liberdade, à tarde curti a feirinha da Benedito Calixto, à noite ouvi um jazz e ainda deu tempo para uns drinks no meu querido bar Balcão. Já no domingo a coisa foi mais leve, depois de um passeio pela Oscar Freire, fui almoçar em um de meus restaurantes preferidos, o Obá.

O primeiro restaurante creio que dispense apresentações. O Mocotó foi fundado em 1973 pelo Sr. José Oliveira, um pernambucano que veio para São Paulo tentar a vida. Depois de ter trabalhado em alguns lugares, ter dividido um quarto de pensão com mais oito, montou seu negócio que, hoje, nada mais é, do que um dos 101 melhores restaurantes do mundo, considerado pela revista Newsweek. O restaurante foi repaginado graças à visão empreendedora do seu filho Rodrigo (filho de peixe...). O Rodrigo foi estudar gastronomia e enxergou com outros olhos a cultura e a culinária nordestina. Convido a todos a entrar no site e descobrir um pouco mais: www.mocoto.com.br. Entretanto, insisto a quem mora em São Paulo, curte culinária brasileira e ainda não conhece o Mocotó a ir o mais breve possível. Garanto que não se arrependerão! O mais interessante é ver que pai e filho estão lá trabalhando muito e recebendo os clientes. Na minha opinião, este é o coração de qualquer negócio!

Lá comi coisas incríveis como o Dadinho de tapioca com queijo coalho e molho agridoce de pimenta, 




Carne seca desfiada com cebola roxa, purê de batata doce, mandioca desmanchando como manteiga e um mini baião de dois para acompanhar. 



E, para finalizar, um sorvete de rapadura incrível!

Como o restaurante tem uma carta de cervejas especiais (todas brasileiras!), escolhi uma Backer Três Lobos Exterminator para acompanhar a entrada. O estilo desta cerveja é American Wheat que, para mim, é um coringa na harmonização e leve, para o calor que estava no dia.



À noite, fui conhecer a Cervejaria Nacional. Achei a proposta de cervejaria artesanal, bar e restaurante muito legal. Para os novos clientes, sugerem um sampler com copos de aproximadamente 150 mL, onde o "vivente" pode experimentar as principais cervejas da casa e numa próxima visita escolher a sua preferida. Muito interessante.



No sábado, a primeira visita foi ao Mercado Municipal de São Paulo, vulgo Mercadão. Não preciso dizer que é o paraíso para os sentidos: aromas, cores, sabores... comecei meu passeio com uma cerveja incrível no Empório Santa Therezinha: a Imperial IPA da Brewdog Mikkeller. Trata-se de uma colaboração entre duas p@*# cervejarias européias, que pegaram suas duas super IPAs e "dry hopparam" (O dry hopping é a adição de lúpulo na cerveja após a fervura, com intuito principal de dar mais aroma). Foi uma experiência deliciosa às 10:30h da manhã! 



Depois, circular entre temperos, queijos, carnes foi imprescindível para uma aprendiz de sommelier.






Como sou filha de Deus, comi um pastelzinho de bacalhau numa das muitas bancas do Mercadão.

Próxima parada: Liberdade! Famoso bairro japonês situado na região central de São Paulo. Os mercadinhos com produtos japoneses são de encher os olhos e nos surpreendem com aromas diferentes do que estamos acostumados. Adoro ir até lá!





Da Liberdade, para Pinheiros. Fui para a feirinha da Benedito Calixto com duas missões: comprar puxadores antigos para meu armário da cozinha e adesivos imitando azulejos antigos. Saldo: puxadores lindos, adesivos fofíssimos e um lanche de carne louca delicioso! A feira tem antiguidades, artesanato e uma pracinha de alimentação com direito a show de Chorinho ao vivo. O que mais pedir? No entorno da praça também podemos encontrar lojas de roupas e coisas para casa, tudo com design moderno e alegre.

Depois de uma parada para descanso e um episódio de Downton Abbey, vamos para a noite: pré inauguração da nova casa do pessoal do Jazz nos Fundos, a JazzB. Casa muito bonita no centro da cidade, mais arrumadinha que a primeira, mas também para os amantes de jazz.




E como a animação ainda não havia terminado, finalizei o sábado no Balcão, bar que fica na Melo Alves e tem como charme não ter mesas e sim um balcão sinuoso que preenche toda a casa. Todos sentam juntos e, muitas vezes, se conhece gente interessante.




E chegou o domingo! Após uma caminhada pela Oscar Freire, um almoço no sempre surpreendente Obá. Um de meus restaurantes preferidos. Possui um cardápio rico com pratos que representam a culinária brasileira, mexicana e tailandesa. Procuro sempre experimentar algo novo e as novas escolhas nunca decepcionam. Hoje comi um prato tailandês que consistia em frango com tempero de "mãe" thai, castanhas, cebolinha e pimenta dedo de moça com acompanhamento de arroz jasmim.




Combinei o prato thai de hoje com um coquetel mexicano maravilhoso chamado Michelada. Seus ingredientes são cerveja, molho inglês, limão e pimenta. Não posso ir ao Obá e não tomar este coquetel!

Ufa! Por hoje é só. Que venha a semana para poder gastar as calorias adquiridas e voltar aos estudos!

Até mais.



quinta-feira, 2 de maio de 2013

Cinema, música e cerveja

Hum... como começar...

Tenho vivido tantas coisas no último mês e meio que ainda está um pouco complicado focar.

Hoje não vou escrever sobre cervejas, pelo menos não diretamente. Gostaria de escrever sobre amizade.






Hoje assisti ao filme acima, cujo título em português é Feito Gente Grande. Filme lindo que mostra uma menina de 8 anos (que nasceu no mesmo ano que eu - 1973), muito tímida e com poucos amigos que conhece uma menininha intrépida que lhe dá mais coragem para enfrentar o mundo.

Família e amigos nos dão muita coragem para enfrentar o mundo.

Temos amigos que vemos e falamos diariamente, mas temos amigos que ficamos muitos anos sem ver. Quando o carinho é verdadeiro, parece que poucos dias se passaram e a conexão é instantânea! E de ambos encontros tem sido meus dias nos últimos tempos.

Queria aqui agradecer aos meus amigos do coração!

Recentemente contei com dois super parceiros para começar um projeto de harmonização de cerveja e rock'n roll. É apenas o começo e ainda precisarei de mais tempo e opiniões, mas alguns tesouros já foram descobertos!

Sugestão para o final de semana: que tal harmonizar uma Belgian Golden Ale com Norwegian Wood, dos Beatles? Uma cerveja encorpada, com uma linda cor âmbar, aroma e sabor de cravo, que dão a esta cerveja tipicamente europeia, notas que nos remetem ao oriente... assim como a música!

Até mais!